quinta-feira, maio 25, 2006

Olá leitores e leitoras do Grupo TR.E.M.A.,


estamos há três meses no ar, embora a existência do nosso grupo date de pouco mais de seis meses. Hoje, apresentamos aqui, uma pequena avaliação e análise do material produzido por nós. Trata-se de uma autocrítica no sentido de compartilharmos um pouco das nossas perspectivas com as pessoas que vêm acompanhando o grupo.


Gostaríamos de agradecer aos leitores e às leitoras que vêm comentando nosso trabalho, esta participação vem sido encarada por nós sempre na perspectiva de estarmos integrados na construção de uma comunicação mais humana, menos opressora, na qual haja maior respeito e compreensão. O nosso maior objetivo é compactuar para a construção de uma outra sociedade.

Antes de inserirmos críticas, podemos nos elogiar rapidamente. Consideramos que nosso maior mérito esteja na capacidade de conseguir manter uma periodicidade razoável. Estamos com um intervalo médio de quatro dias entre uma publicação e outra. Internamente, estamos sempre em processo de discussão de nossas produções, analisando-as nos quesitos: linguagem, informações, angulação, contato com as situações retratadas. Isso nos faz constantemente repensarmos nossas atividades.

No entanto, quando fazemos uma rápida passagem por todos os nossos textos, podemos, sem muitos esforços, diagnosticar que nosso enfoque tem se voltado principalmente para as relações de trabalho de nossos personagens. Aparentemente, isso não se trata de um problema, pois estamos em um contexto no qual realmente somo vítimas do trabalho, responsável pelo anonimato oriundo, principalmente, da modernidade. No entanto, não podemos nos limitar a representar as relações de trabalho e sim, ao abordá-las, extrapolarmos as perspectiva a fim de defender que, dentro desse universo da produção, existem seres humanos, com experiências e narrativas interessantíssimas que inconscientemente ajudam a pensar e questionar essas amarras.

Falta-nos esse enfoque. Isso acontece, possivelmente, por dois motivos. Primeiro por uma questão mais pontual: nosso tempo é escasso. Os integrantes e a integrante do Grupo Trema possuem outras demandas do mundo do trabalho também. No entanto, a ausência de experiência e vivência da situação retratada contribui para que não possamos extrapolar os olhares acerca do que se escreve. Apesar disso, tivemos alguns textos que conseguiram minimante representar de forma mais honesta a experiência, como, por exemplo, os textos sobre o Bom Jardim, o Orçamento Participativo e a Viagem em Salvador – embora ainda estejam longe do que almejamos.

Outra questão meio problemática, principalmente na questão metodológica, é com relação às condições de nossas personagens. Estamos estabelecendo contato com realidades distintas da nossa. Isso por um lado poderia ser muito bom, pois nos permitiria dar e ter uma maior perspectiva sobre o mundo. No entanto, nesse contato, falta-nos a bendita experiência. Estamos caindo em um dos mesmos erros da mídia hegemônica: burocratizando e canalizando informações. Ou seja, nossas entrevistas, pela pressa, reproduz a mesma relação antidialógica, rotineiramente, vivida nas grandes redações. Não estabelecemos nenhum vínculo com os grupos trabalhados. Ao invés disso, deveríamos narrar experiências, ou mais, compartilharmos e construirmos em conjunto com os grupos escolhidos nossas narrativas.

Embora, haja aproximação com a mídia burguesa, é importante frisarmos, que nos diferenciamos principalmente por estarmos detectando nossas limitações temporárias e estamos dispostos a transpô-las, construindo nossas alternativas. E se cometemos os mesmos equívocos, isso acontece por fragilidade do grupo que ainda busca uma maior certeza de seus objetivos, que aos poucos, sejamos otimistas, estarão mais sólidos.

Por fim, não poderíamos deixar de enfatizar a nossa experiência com os terminais no período da madrugada. Esta talvez seja a nossa mais feliz “descoberta” e que nos permita executar e nos aproximar dos nossos projetos iniciais. Nos terminais, podemos sim, encontrar um mundo realmente anônimo e, ao mesmo tempo, cheio de narrativas, de experiências. As poucas vezes em que nos pautarmos por isso provaram esse fato. Os terminais nos permitem viver as experiências de fato, por isso, esses tipos de texto são difíceis e estiveram ausentes. Além disso, a possibilidade do dialogo é muito forte nesses espaços. Muito em breve, estaremos retornando com essas atividades, mas com uma novidade. Estaremos hospedando nossa experiência nos terminais em um novo endereço: http://www.overmundo.com.br/blogs/blog.php?blog=19

No mais, ansiamos por mais críticas ao nosso trabalho para podermos firmar um projeto participativo e transformador de valores e atitudes.


Até a próxima,


Grupo TR.E.M.A.

6 Comentários

Anonymous Anônimo said...

Como entro em contato com vocês para fazer uma matéria para o site do CDMAC?

Aguardo resposta.

meu e-mail:
mutannte@bol.com.br

Saudações.

4:26 PM  
Anonymous Anônimo said...

Taí, Tiago... vou comentar! Gostei da auto-avaliação... Concordo qunado dizem que os textos (uns mais do que outros, mas todos no geral), ainda estão meio que com um cheito de grandes redações... Também concordo que o achado mais sensível de vcs foi mesmo a experiências com os terminais! Pensei que a tinha abandonado. Fico feliz em saber que não. Mas continuo achando bobagem não assinar os textos! Abraços, Carol

8:32 PM  
Anonymous Anônimo said...

1. Acho que os textos deveriam voltar a ser assinados.

2. Queria muito saber claramente qual a proposta dessas matérias e como esses textos poderão contribuir para a construção de outra sociedade.

3. Não gosto muito de termos do tipo "Mídia Burguesa". Olha só, se pensarmos por essa lógica: Vocês são estudantes universitários, utilizando uma mídia que poucas pessoas utilizam (somente 16,6% dos brasileiros tem computador em casa) e acho difícil que os textos, em algum momento, não reflitam algumas práticas da chamada "midia burguesa"...

4.Parabéns novamente pelo blog, pelo esforço de continuar trabalhando e pelo esforço em mudar alguma coisa nesse mundo.

12:44 PM  
Blogger TR.E.M.A.! said...

Zé Bruno,
o fato de usarmos o termo "mídia burguesa" demarca uma questão de resistência contra-hegemônica. É um tipo de mídia que queremos combater, embora em alguns momentos e aspectos caiamos nela. Estamos buscando um caminho. Obrigado pela contribuição e pelo comentário...

6:02 PM  
Anonymous Anônimo said...

bem, eu acho que a pergunta do zé sobre como esses textos podem contribuir para a construção de um outro mundo é totalmente pertinente.

Acho que não contribuem. Talvez passe mais perto de uma nova forma de representar e olhar esse mundo. Vivê-lo também talvez. Essas coisas ti´p pós-moderna...

O grupo tá discutindo isso. A diminuição do ritmo de publicações aqui é consequência dessa reavaliação.

Nas próximas semanas talvez consigamos responder esse questionamento.

8:06 AM  
Anonymous Anônimo said...

Interesting website with a lot of resources and detailed explanations.
»

12:33 PM  

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