quarta-feira, agosto 30, 2006

Plantando e colhendo vozes

Por Tiago Régis
Vem, Lutemos
punho erguido
Nossa força nos leva a edificar

Uma escola. Duas construções. Em uma, funcionam as salas de aula. Na outra, a secretaria. Assim é a Escola Nossa Senhora da Conceição, localizada no Assentamento Santa Bárbara, parte da cartografia caucaiense. Para o Movimento dos/as Trabalhadores/as Rurais Sem Terra (MST), “a luta pela Reforma Agrária é bem mais ampla, e implica a conquista de todos os direitos sociais que compõem o que se poderia chamar de cidadania plena. E a Educação é um destes direitos, pelo qual também é preciso mobilização, organização e lutas em nosso país” (ver www.mst.org.br).

Em mais essa peleja, a organização da estrutura educacional passa pelas escolas públicas. Segundo dados do MST, todas as escolas nos assentamentos são públicas. Em Santa Bárbara, não é diferente. Embora o assentamento esteja completando dez anos de existência, a escola faz parte da comunidade há 32 anos, desde o tempo em que esta era oficialmente denominada Fazenda Capine.

Forte mescla social de laços parentais compõem esse corpus institucional da escola. Bem curioso: das doze pessoas, quatro duplas apresentam algum parentesco. Um que é casado com uma, outro que é casado com outra, aquela que é irmã daquela e aquele que é irmão daquela outra. Sem contar que algumas pessoas que estudam à noite, na EJA, são pais/mães de estudantes da própria escola. Várias vezes eles/as levam seus/suas filhos/as à noite. De dia pai/mãe na labuta, de noite pai/mãe no estudo, papel geralmente desempenhado apenas pelos/as filhos/as.

Uma sociabilidade em trânsito que se mostra em Santa Bárbara. Desde o barzinho ao lado do açude, passando pela rua e chegando à escola. Contudo, esta não é ponto de chegada, mas sim, muitas vezes, como que um nó na trama dos modos de vida locais. Mesmo com enormes dificuldades, principalmente de infra-estrutura e material de suprimento, há uma força para manter vivo aquele espaço. Força essa tanto dos/as professores/as como da própria comunidade.

Uma escola que existe, persiste e resiste às mazelas cotidianas, sim, cotidianas da política educacional brasileira, muitas vezes pactuada aos conselhos dos ‘amigos do estrangeiro’. Assim passam os dias. Mesmo somente após seis meses do início das aulas ter chegado o conteúdo de uma disciplina – sem o material didático, sórdido detalhe –, a vida continua. Mesmo após ao dia 01 de outubro, às promessas e às falácias que antes foram e já estão sendo enunciadas, a vida continuará. Já não é mais possível calar.

segunda-feira, agosto 28, 2006

Postando outras cidades






Postais de uma nova, mesma, cidade. Tentando subverter um pouco da construção de imagens que se faz de Fortaleza como cidade turística, sol, do mar, dragão do mar... o TR.E.M.A. põe no papel um projeto que é o de se apropriar da estética do cartão postal para a desconstrução e construção de outras cidades a partir de imagens e de pequenos textos. Esses são apenas os primeiros cinco (clique sobre para ampliar), do que se pretende ser vários, dos já ditos, "novos olhares" sobre a cidade, tratando das cidades e dos que a visitam diariamente.

Os portais estão sendo vendidos a R$1,00 pelos integrantes do grupo e também estão disponíveis na livraria Lua Nova na Av. 13 de maio, próximo ao Shopping Benfica. Pode deixar um comentário ou mandar um e-mail se quiser comprar algum ou mesmo sugerir novos postais.

quinta-feira, agosto 24, 2006

Debaixo do rubro carpete

Até agora, confesso, a melhor coisa em todos os dias da feira do livro do Ceará. Melhor até que as loucas piruetas verbais de Carpinejar e os “contemas” de Pieiro. Melhor que café gratuito e palestras cheias de cadeiras sobrando para invisíveis interessados – juro por Deus, muito melhor.

Já o tinha percebido antes, perambulando, feito gorgulho de feijão, entre os granfinos e granfinas. Pareceu-me, à primeira vista, surreal, ali, metido naqueles trapos a caminhar sobre o rubro carpete. Sorvia, tresloucado, o cheiro bom de livros novos, pilhas e pilhas de Dan Brown a cegar-nos com o seu brilho de capas-duras. Sim, dúvida não havia: era ele, o mesmo da Praça do Ferreira, o mesmíssimo.

Em pouco, entretanto, sumia-se, quem sabe tragado pelo chão – que não era de brigadeiro. Para reaperecer, milagrosamente, a alguns metros dali. A mesma barba enrodilhada e grisalha, o mesmo hálito, as mesmas bambas pernas magras com que se desequilibrava no mundo. Tudo, em aparência, a mesma coisa.

Pensei ligeiro: algum segurança.

Isso mesmo, satisfeito ante o raciocínio objetivo: fora detectado, eficientemente apontado no painel de controle que ficava naquela saleta aos fundos do último bloco. Uma luz vermelha piscando no monitor quase fizera o chefe da segurança cuspir o café solúvel sobre as muitas dezenas de botões que atrapalhavam mais que ajudavam.

Era preciso agir rápido, veloz, pensou o chefe. Em dois monossílabos, e grupos de homens já se dirigiam ao bloco G – era lá, num dos corredores de maior movimento da feira de livros do Ceará que, bestamente, caminhava Mário Gomes, o poeta maldito.

No mesmo dia, para meu espanto, vi-o ainda uma vez: sentado a um canto, à entrada do auditório principal. Necessário que se diga: tal Mário Gomes, era também um invisível, ali, estaca, folheando cordéis. Ele, agachado e maltrapilho, tirava lascas das unhas pretas.

Aproximei-me: onde a cerimônia?, perguntei ao poeta.

Saiu-se com esta: “Comi com farinha”.
por henrique araújo

terça-feira, agosto 22, 2006

Zine Corporation


A Fernanda Meireles (essa da direita) disse: "Nós somos primos". Isso no começo do debate "O olhar da cidade pelo Jornalismo Literário e os Fanzines", na Bienal Internacional do Livro do Ceará, que reunia Zinco e TR.E.M.A. para discutir no fim das contas democratização das comunicações e a construção e descontrução de representações imagéticas do espaço urbano.

Ela, falando em nome da Zinco, se referia ao parentesco das duas organizações. Depois do debate na Tenda dos Jovens, sem a pompa de palavras como "bienal" ou "internacional", mas com um ar intimista e informal que convém as propostas dos dois, Fernanda comentou: "Nós somos mais primos do que eu imaginava".

Para divulgar um pouco do trabalhar dessa ong se linka aqui no blog uma entrevista feita por Ricardo Sabóia para o site Overmundo com Tiago Montenegro e a mesma Fernanda.

http://www.overmundo.com.br/overblog/cabecas-de-papel

sexta-feira, agosto 18, 2006

Grupo TR.E.M.A. e Zinco na 7ª Bienal Internacional do Livro do Ceará

É com muito prazer que o Grupo TR.E.M.A. (Território de Expressão no Mundo Anônimo) e ONG Zinco – Centro de Estudo, Pesquisa e Produção em Mídia Alternativa convidam a todos e todas a estarem participando da Tenda Jovem na 7º Bienal do Livro, que acontece entre os dias 18 e 27 de agosto no Centro de Convenções.

Próximos em suas ações, durante os dias 20 e 21 de agosto, esses dois grupos de comunicação estarão reunidos na programação da Tenda Jovem da 7ª Bienal Internacional. Juntos, eles discutirão a relação entre o jornalismo literário, os fanzines e a cidade de Fortaleza. Haverá exibição de um vídeo sobre o Terminal do Papicu durante a madrugada, além de um debate sobre o Fanzine e a Literatura, falas sobre o centro da cidade e oficina de fanzine gratuita, com a fanzineira Fernanda Meireles.

O encerramento da festa acontece no dia 21 com o Zine-se, encontro mensal dos fanzineiros de Fortaleza. Se você faz zine venha trocar a sua produção e conhecer pessoas bacanas com quem se pode discutir e brincar ao mesmo tempo. Caso você nunca tenha produzido um fanzine, não perca a oportunidade de participar da oficina e trocar seu primeiro fanzine no Zine-se.

A Tenda Jovem garante um espaço de diversão, reflexão e discussão. Na ocasião, haverá vendas de produtos alternativos: vídeos, postais e camisetas. Tudo no preço agradável compatível com o bolso de universitários ou não. Você será muito bem-vindo.

Quem são Zinco e TR.E.M.A.?

A ONG Zinco existe há um ano e meio. Sua maior preocupação é discutir a mídia alternativa como uma ferramenta contra-hegemônica. Assim, a comunicação se torna capaz de potencializar expressões humanas e liberá-las através de criatividade, papel e caneta. Como mote principal, a Zinco vem gerenciando suas atenções para a produção de fanzines que estão diretamente ligados à cidade de Fortaleza.

O Grupo TR.E.M.A. é um pouco mais jovem. Possui apenas nove meses de idade. Mas já produziu bastante. O grupo pode ser definido como um centro de produções em comunicação que desenvolve diversos projetos simultâneos na área da Comunicação Radical. Composto por estudantes universitários e profissionais, o grupo tema preocupação de trabalhar com diversas linguagens. Atualmente, mantém produções escritas e audiovisuais. Sua principal missão, como demonstra a sigla, é descobrir e compartilhar narrativas anônimas pela cidade.

Programação do Grupo TR.E.M.A. e ONG Zinco na 7ª Bienal do Livro do Ceará:


TENDA DOS JOVENS – SALA B3

Domingo – dia 20 de agosto

10h30min - Mesa Redonda: Narrativas de Fortaleza: O olhar da cidade pelo jornalismo literário e os fanzines. Com Fernanda Meireles (Diretora Geral da ONG Zinco) e Pedro Rocha (representante do Grupo TR.E.M.A.).

13h30min - Espaço em Trânsito - Exibição do Vídeo Cadeira com Rodas – Parte I - vídeo sobre o Terminal do Papicu de Fortaleza durante a madrugada.


Leitura comentada da publicação Método para se olhar o deserto.

16h - 3 X 4 de papel - Oficina de Fanzine com Fernanda Meireles (Parte I)

Segunda-feira – dia 21 de agosto

10h30min – Palestra: O Fanzine como gênero literário. Com Áurea Zavam, Ana Cristina Cunha e Geórgia Feitosa.
13h30min - 3 X 4 de papel - Oficina de Fanzine com Fernanda Meireles (Parte II)

16h e sem hora para acabar – Zine-se (Encontro do pessoal do Fanzine).


Mais informações:
www.grupotrema.blogspot.com
http://zinco.oktiva.net
http://www.fotolog.com/zzzinco

Tiago Coutinho – 8831-1411
Reservas para a oficina de fanzine direto com Fernada Meireles – 9972-7612

terça-feira, agosto 15, 2006

CADEIRAS COM RODAS (cap. 5 e 6)


Por Raquel Gonçalves
Capítulo 5: E ainda no Papicu...

Meia noite e quinze. Chegamos os três ao terminal do Papicu. Era minha primeira vez. Estava um pouco ansiosa por saber o que naquela noite me esperava.

Enquanto aguardávamos as filas dos corujões do Grande Circular diminuir, fui sentar-me no batente com meu caderno e caneta. Os meninos conversavam sobre a produção do possível roteiro de um áudio-visual dentro do Grande Circular. Uma loirinha, baixinha e simpática moça me aborda e senta do meu lado.

- O que tem nesse caderno?
- Nesse? Ah... nada demais. Rascunho, gosto de escrever.
- Poesia? Eu adoro poesia...
- Sério... Como vc chama?

Nesse momento aquele rosto comum com dentinhos de coelho já me remetia a uma fotografia vista antes no TR.E.M.A. Era a Mônica Cavalcanti com I, já estado antes com Pedro Rocha.

- Mônica e o seu?
- Raquel, prazer...

Papo vai, papo vem... Uma e dez da manhã. Desistimos de esperar um corujão mais vazio ou os nossos outros amigos que haviam marcado de ir. Embarcamos no Grande Circular 1, rumo aos quatro terminais da cidade contemplados na rota. Mônica ficou no Papicu, depois de falar de muito amor, cobrar do Pedro uma cópia de suas fotos tiradas e seu texto produzido sobre ela. Antes de seguirmos, Bruno Xavier registrou mais imagens da doce Mônica, a pedidos dela.

Capítulo 6: A Grande Circulada

Quase que num susto, subo de imediato e num pulo nas portas entreabertas do Grande Circular. Uma e vinte da manhã. Inicia mais uma viagem na madrugada sem lua de Fortaleza.

Éramos em torno de 18 pessoas, ocupando os bancos esvaziados do Corujão. Alberto Sá, bairro Dunas rumo à Praia do Futuro. Olho aqueles casarões do bairro nobre de Fortaleza e reflito sobre a condição em que me encontro naquele momento. Medo. A violência urbana fica perturbando minha mente. Eu ali, tão exposta. Há algumas semanas, eu estava entre uma dessas casas encadeada por cercas elétricas e vigias em mais uma confraternização com amigos. E agora estou passando por elas num Corujão de madrugada. É bom perceber as coisas de vários ângulos, poder permear e viver um pouquinho as duas faces. Experiências bem distintas, porém ambas complementares.

Minha reflexão dura o tempo suficiente de perceber a primeira parada do ônibus desde que saimos do terminal. Titanzinho. As pessoas começavam a descer. Favela meio estranha. Um menino com a blusa do Congresso de Jovens Betesda desce na parada escura e segue na madrugada. O medo não tomou conta do espaço naquele momento, parece que voou junto com meu pensamento. Continuei observando a rota, aquelas pessoas e a neblina que anunciava a possível chuva. Agora seguíamos com nove.

Olho em minha volta. Sou a única mulher do ônibus. A maioria dos passageiros dormem. Somente dois homens conversam baixinho e respeitam a serenidade do ônibus. Não sei porque, mas eu me sentia segura ali.

Av. Beira Mar, depois do Porto. Uma zoada estridente rui do motor do busão. Uma súbita fumaça começa a subir e o cheiro forte de queimado assusta aos passageiros. Uma sensação reincidente toma conta de mim e eu meio que desesperada, peço para o motorista abrir a porta. Não seguiria mais naquele ônibus. O medo voltava a reinar e misturava-se com gostinho de aventura de saber que aquilo tudo se desenrolava numa viagem de madrugada pelo Grande Circular.

Paramos em frente ao Ocean View Residence. Pronto, agora era esperar o novo ônibus que ia chegar da garagem. As correias daquele já não prestavam mais. Lindo... Duas horas da manhã e nós todos num belíssimo prego.

Primeiro os resmungos coletivos. Depois, a conversa fluindo entre os passageiros. O motorista e trocador também interagiam. “As pessoas que mais pegam esse ônibus são garçons e as meretrizes da noite. Em fim de semana também tem o povo voltando da farra. Perto de amanhecer, tem os próprios motoristas e trocadores que seguem para o terminal do Antônio Bezerra para iniciar o trabalho.” A oportunidade para a aproximação foi sublime. Graças ao prego, surgiram diálogos e mais diálogos.

Gil Cleiton, casado, contabilista, mora em Maracanaú e é trocador. Cícero Romão (foto), divorciado, duas filhas, motorista desde 1979. A dupla nem sempre trabalha juntos. Cícero está fixo na linha do Grande Circular e no horário de madrugada desde que deixou de dirigir a linha Barroso – Messejana. “De madrugada é o melhor horário pra gente trabalhar. Não tem trânsito, não tem pessoas estressadas reclamando, o serviço fica bem mais fácil.” A escala de Gil é mais transitória. “As vezes a gente negocia com algum colega e troca as escalas, sem problemas. Eu também prefiro trabalhar de madrugada porque eu folgo de dia e posso ficar com minha família”.

A chuva engrossa. O ônibus novo chega. Os passageiros correndo da chuva para não despertar o sono, trocam de transporte. Todos muito aliviados. Seguimos viagem.

Cícero dirige rápido, mesmo na chuva. O diálogo fica difícil com o alto barulho do motor e com a chuva que exige atenção máxima de Cícero nas ruas. Enquanto limpo o vidro embaçado do ônibus com uma flanela... “Em chuvas grossas, a gente perde 70% da visibilidade, sabia? Existe uma técnica para não deixar o vidro embaçar. Você coloca fumo e galho verde no pé do vidro que aí não embaça não.”

Depois de seguir pela Leste-Oeste, passar pela Barra do Ceará, a cidade começa a ficar estranha para mim. Não conheço mais os bairros, nem muito menos as ruas. Tudo fica diferente, até o cheiro da cidade vai mudando. Chegamos ao terminal do Antônio Bezerra. A frota de passageiros se renova. E continuamos seguindo viagem.

“Eu gosto mesmo é de dirigir ônibus, apesar de mais cansativo. Durante dois anos dirigi caminhão, na estrada. Era uma maravilha em relação ao sossego da estrada. Mas é muito perigoso. Já vi acidentes graves na estrada. Os acidentes dentro da cidade com os ônibus são simples, geralmente sem vítimas. Na estrada, são bem mais graves, quase sempre com vítimas fatais.” As histórias vão rolando enquanto cruzamos a cidade rumo ao terminal do Siqueira. Já desconheço totalmente o trajeto. Um de meus amigos já dorme em sono profundo. O outro, conversa com Gil, lá trás do ônibus.

“Com esse prego, atrasaram meus horários. Geralmente temos meia hora no terminal do Siqueira, mas hoje com essa chuva e esse prego, tomamos um café em dez minutos e seguimos” Ótimo, acompanho você. No Siqueira, pouco movimento. Não sei que horas eram. Um cheiro de pão fresquinho sugere um ótimo acompanhamento ao café. Descemos e, conversando, tomamos um café no quiosque do terminal do Siqueira.

“Na estrada não tem o trânsito, mas a gente dirige muito mais tempo também. Tinha épocas em que eu fazia viagens para Teresina de noite, passava o dia descarregando o material lá da empresa e voltava na noite seguinte. Sozinho, umas 10 horas de viagem seguidas, sem dormir, em cada trecho. E eu nunca tomei nada dessas coisas pra ficar acordado” Compro um pãozinho para o meu amigo que dorme, ainda dentro do ônibus. “Vamos lá que já está na nossa hora”. Seguimos para o terminal da Messejana.

O fluxo já é bem inferior que o início da viagem, apesar de quase amanhecer. Passamos pelo terminal da Messejana. Ninguém sobe, ninguém desce. “O próximo já é o do Papicu”.

Quatro e cinqüenta. Chegamos no terminal do Papicu de volta. “Raquel, me dá o site de vocês porque minha filha às vezes olha. Tanto a historiadora como a engenheira gostam muito de ler”.

Mônica já não estava mais por lá.

quarta-feira, agosto 09, 2006

O “cadeira com rodas” rodou

Aviso aos navegantes e acompanhantes do Grupo TR.E.M.A.. Estávamos parados no blog, mas outras atividades estavam sendo desenvolvidas pelo grupo. Primeiro, temos a grata satisfação que conseguimos fazer o nosso primeiro produto fora da linguagem escrita.

Isso mesmo. Conseguimos finalizar um vídeo com cerca de 20 minutos sobre o terminal de ônibus do Papicu pela madrugada. Em breve, se o blog suportar, estaremos disponibilizando o arquivo digital. Quem quiser conferir o filme em uma projeção, ele será exibido no domingo (dia 20) no espaço jovem da VII Bienal Internacional do Livro, que acontecerá no Centro de Convenções. Depois faremos um debate sobre o vídeo e sobre o Grupo TR.E.M.A. Todos e todas estão convidados, quando estiver mais próximo reforçaremos o convite.

Além disso, estamos perambulando outros terminais da cidade descobrindo novas histórias e universos. Até o final da semana, estaremos publicando um texto sobre o terminal da parangaba, apurado coletivamente.

Por fim, vamos retornar ao blog com publicações a cada dois dias. Lembrando que estamos abertos para publicar produtos de quem acessa ao blog. Basta enviar o material para nós que, se estiver de acordo com a nossa linha política, publicaremos.

Até a próxima,

Grupo TR.E.M.A.

terça-feira, agosto 08, 2006

O resto do teu corpo fora do aquário

Imagine a pizza hut da Avenida Beira Mar, no qual você fica incubado nas paredes de vidro para contemplar a paisagem ali permitida.

Enquanto a música permite o diálogo, pensa:
Não. Não faço parte daquele mundo da rua. A calçada existe e é perigosa. Mas sua imagem é segura, comovente até. Fico tão sensível. Será que eles me vêem?
- Aceita mais alguma coisa?
- Coloca algumas batatas sorrisos para viagem e me traz a conta!

(Tiago Coutinho)